A eleição de 2010 registra traços muito próximos das eleições de 1989 e 2002. Se analisarmos a conjuntura e os métodos empregados, chegaremos a localização de um sentimento emblemático: o medo.
Em 1989 as elites tinham medo de uma provável vitória de Lula. Para eles, além de um trabalhador, sindicalista e grevista, Lula era um baderneiro socialista. Após algumas investidas contra a vida pessoal de nosso candidato, veio a revelação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, executivo do Grupo Pão de Açúcar, sequestrado em 11 de dezembro e libertado cinco dias após – na véspera do pleito, quando a polícia e alguns veículos de comunicação armaram uma cena para incriminar o PT, divulgando massivamente a existência de material da campanha de Lula, plantado no cativeiro do sequestrado. Passadas as eleições, o fato foi desmentido. Porém, o resultado todos nós sabemos.
O medo ressurgiu nas eleições de 2002, virando o mote de direita usado contra nós. Mas, graças à força e a sabedoria do povo, a esperança venceu o medo e elegeu Lula.
Agora, na eleição que se avizinha, o mesmo sentimento vem embutido nas atitudes de Serra, na implantação de fatos para convencer que Dilma vai anarquizar o Brasil, oficializando o aborto, aumentando a corrupção, pregando a intolerância e todo o discurso tucano que já conhecemos.
Nesta última segunda-feira (25), a filósofa Marilena Chauí fez um alerta em encontro com outros intelectuais ligados à Universidade de São Paulo (USP). Após ter ouvido uma denúncia, ela divulgou uma grande armação em curso contra nós. Disse que na sexta-feira (29), no comício de encerramento da campanha de Serra, um grupo de pessoas, vestidas com camisetas do PT, criarão muita confusão e violência no evento, não dando tempo hábil para que a campanha de Dilma desminta a nossa participação. Por isso, é muito importante que no dia da eleição estejamos todos nas ruas, fiscalizando e/ou alertando, acompanhando as sessões eleitorais, prontos para desarmar qualquer factoide.
Vemos nas atividades de rua (bandeiraços, adesivaços e caminhadas), principalmente após o ridículo caso da bolinha de papel, muita provocação patrocinada pelos demos-tucanos, como palavrões, cuspidas, empurrões, entre outras agressões, com o deliberado intento de que o nosso pessoal “morda a isca” da pecha de violentos. Já flagramos a existência de câmeras em janelas de prédios, aguardando nossa reação. Eles querem vender a imagem da violência e do ódio, colocando em nosso colo a autoria dos atos de violência, com o registro de cenas levianamente editadas.
Não vamos cair nestas ciladas. Precisamos ter serenidade e astúcia, evitando todo e qualquer confronto físico e verbal. Vamos erguer cada vez mais alto e firme nossa bandeira, e com o sorriso no rosto, garantir a vitória de Dilma. Porque, se em 2002 a esperança venceu o medo, em 2010 a verdade vencerá a mentira!
Um cordial e militante abraço.
José Fritsch - Presidente do PT de Santa Catarina
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