Se o governo do Estado não mudar de opinião e subvencionar
parte do custeio, os hospitais catarinenses podem quebrar. A constatação é da
Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, que realizou, em 2011, 16
audiências públicas nas diversas regiões, com o objetivo de fazer um
diagnóstico da situação dos hospitais públicos e comunitários.
O deputado Volnei Morastoni (PT), presidente da Comissão, fez
um apelo dramático ao governador Raimundo Colombo e ao secretário Dalmo Claro
de Oliveira, para que revejam a posição de não discutir o custeio dos
hospitais. “O governo parece que está numa ilha da fantasia. A situação é
grave”.
Morastoni citou o caso do Hospital Ruth Cardoso, de Balneário
Camboriú, cuja despesa com custeio soma R$ 1,7 milhão por mês, mas que recebe
do SUS apenas R$ 600 mil por mês. O déficit mensal de R$ 1,1 milhão é bancado
pela prefeitura. Para o parlamentar, o município Balneário Camboriú não terá
condição de bancar esse déficit indefinidamente. De acordo com o presidente da
Comissão, a situação dos mais de 200 hospitais que atendem pelo SUS em Santa
Catarina é a mesma.
“Falta dinheiro”, resumiu Morastoni, que defendeu o uso dos
recursos do Revigorar III, “em torno de R$ 300 milhões que estão parados na
conta”, para bancar parte do custeio. Além disso, denunciou que os recursos do
Fundosocial, do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, Turismo e Esporte
(Seitec) e do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Catarinense (Fadesc) não são
contabilizados na hora de constituir os 12% da receita que devem ser gastos na
saúde. “Por baixo, deixam de ser aplicados cerca de R$ 10 milhões por mês”,
afirmou.
Morastoni anunciou que amanhã (21) a Comissão de Saúde
entregará ao secretário Dalmo Claro de Oliveira cópia do relatório elaborado a
partir do resultado das audiências públicas. O presidente ainda informou que já
protocolou pedido de audiência com o governador para discutir o relatório.
Também foram enviadas cópias ao Ministério Público Estadual e Federal.
O assunto voltará à pauta do Legislativo no dia 4 de abril,
quando será realizada, no auditório deputada Antonieta de Barros, na Assembleia,
audiência pública para discutir “o custeio dos hospitais de Santa Catarina que
atendem pelo SUS”.
Texto: Vitor Santos, assessoria de imprensa da Alesc
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