Reproduzido do Itajaí na Rede (www.itajainarede.com.br)
Sensacional. Ao analisarmos friamente a proposta da Regata Volvo Ocean Race de impacto sobre a população das cidades que recebem o evento esta é a primeira impressão que temos. O potencial dos barcos, a cultura já absorvida pela cidade, a mídia espontânea gerada pelo evento, sem contar no impacto financeiro e na geração de empregos devido à necessidade de serviços.
Porém vêm à tona alguns questionamentos quando direcionamos para a cidade de Itajaí. A expressão “Quebrar Paradigmas” pode ser utilizada se interpretarmos que a cidade não possui vocação náutica, explico, não possui VOCAÇÃO quando tratamos de esportes náuticos. Somos o maior polo pesqueiro do país, possuímos um porto eficiente, profissional. Temos dois clubes náuticos que há décadas não executam trabalhos nas águas de nossos rios ou nossas praias. Salvo conduto pelos surfistas que povoam nossas praias e também trabalhos da ANI – Associação Náutica de Itajaí, executando um trabalho social surpreendente, que pode ser prejudicado com a construção da Marina. Um Iate Clube que não tenho lembrança nesses meus 30 anos de vida fazer algo no mar e de uma festa com “cultura portuguesa e do pescado” que perdeu suas raízes e público.
Não sou especialista, mas trabalho com eventos e vejo o potencial que eles têm na comunidade. O poder de transformação nos exemplos positivos vindo de celebridades esportivas é algo que não se mede. Em 2008, durante a realização do mundial de Bodyboarding na Praia brava, recebemos atletas de 17 países, e inserimos suas culturas e aprendizado profissional para crianças carentes de escolas públicas de Itajaí e Navegantes. Criamos uma escolinha da modalidade que durante dois anos prestou serviço comunitário gratuito, houve um crescimento considerável no numero de participantes na região e a certeza que enquanto eles estão na água praticando, estão longe dos problemas que vivenciam no dia dia da sua comunidade. Sem contar que o poder de decisão em situações conflituosas, o preparo físico e os princípios morais, de educação e respeito aprendidos dentro d’água são influentes no seu lado profissional e pessoal.
A Vila da Regata que está demonstrada em maquete no youtube prova que o evento tem porte e grandeza do tamanho do desafio que os tripulantes dos seis barcos enfrentam. Será que a organização já está programada para inserir a comunidade nos eventos? Até agora a propaganda que vi chamando a população para participar foi em um telão gigante na Praça Almirante Tamandaré em Balneário Camboriú. E o anúncio que o Hotel oficial do evento está também na cidade ao lado. Ah, e a praça em frente ao Píer que já está funcionando e atendendo aos turistas que chegam em nossa cidade pelos navios de passageiros.
Um dos eventos realizados nos dias que os barcos estarão na cidade é uma corrida interna, local. Qual o trajeto que os barcos vão percorrer? Imagino como seria interessante se as populações ribeirinhas das comunidades carentes fossem prestigiadas com tal evento, Murta, Imaruí, o Parque náutico de Cordeiros recebendo a população para algo grandioso….
E a mão de obra utilizada no evento? A Prefeitura poderia, através da FEAPI, realizar cursos de capacitação para itajaienses trabalharem. Inglês, carpintaria, manutenção de barcos, trabalho com fibra, motor, manutenção de radar, equipamentos eletrônicos? Quão grandioso este paradigma estaria sendo quebrado com visitas dos participantes nas escolas públicas da cidade, as empresas patrocinadoras investindo em ações a longo prazo através de apoio de projetos locais, ou até mesmo com simples ações como conserto da iluminação dos Molhes que permanecem precárias?
Digo seria, pois o que vejo na imprensa nesta última semana são declarações de que a cidade vai preparar o terreno para receber a Vila, e aprofundar o calado em cinco metros. Além disso, um concurso que premiará três iniciativas que serão realizadas durante o evento. Só. Não há mais tempo para mais nada, Abril já está aí.
Acredito que o maior paradigma que devemos quebrar, é de quem administra a cidade.
Porém vêm à tona alguns questionamentos quando direcionamos para a cidade de Itajaí. A expressão “Quebrar Paradigmas” pode ser utilizada se interpretarmos que a cidade não possui vocação náutica, explico, não possui VOCAÇÃO quando tratamos de esportes náuticos. Somos o maior polo pesqueiro do país, possuímos um porto eficiente, profissional. Temos dois clubes náuticos que há décadas não executam trabalhos nas águas de nossos rios ou nossas praias. Salvo conduto pelos surfistas que povoam nossas praias e também trabalhos da ANI – Associação Náutica de Itajaí, executando um trabalho social surpreendente, que pode ser prejudicado com a construção da Marina. Um Iate Clube que não tenho lembrança nesses meus 30 anos de vida fazer algo no mar e de uma festa com “cultura portuguesa e do pescado” que perdeu suas raízes e público.
Não sou especialista, mas trabalho com eventos e vejo o potencial que eles têm na comunidade. O poder de transformação nos exemplos positivos vindo de celebridades esportivas é algo que não se mede. Em 2008, durante a realização do mundial de Bodyboarding na Praia brava, recebemos atletas de 17 países, e inserimos suas culturas e aprendizado profissional para crianças carentes de escolas públicas de Itajaí e Navegantes. Criamos uma escolinha da modalidade que durante dois anos prestou serviço comunitário gratuito, houve um crescimento considerável no numero de participantes na região e a certeza que enquanto eles estão na água praticando, estão longe dos problemas que vivenciam no dia dia da sua comunidade. Sem contar que o poder de decisão em situações conflituosas, o preparo físico e os princípios morais, de educação e respeito aprendidos dentro d’água são influentes no seu lado profissional e pessoal.
A Vila da Regata que está demonstrada em maquete no youtube prova que o evento tem porte e grandeza do tamanho do desafio que os tripulantes dos seis barcos enfrentam. Será que a organização já está programada para inserir a comunidade nos eventos? Até agora a propaganda que vi chamando a população para participar foi em um telão gigante na Praça Almirante Tamandaré em Balneário Camboriú. E o anúncio que o Hotel oficial do evento está também na cidade ao lado. Ah, e a praça em frente ao Píer que já está funcionando e atendendo aos turistas que chegam em nossa cidade pelos navios de passageiros.
Um dos eventos realizados nos dias que os barcos estarão na cidade é uma corrida interna, local. Qual o trajeto que os barcos vão percorrer? Imagino como seria interessante se as populações ribeirinhas das comunidades carentes fossem prestigiadas com tal evento, Murta, Imaruí, o Parque náutico de Cordeiros recebendo a população para algo grandioso….
E a mão de obra utilizada no evento? A Prefeitura poderia, através da FEAPI, realizar cursos de capacitação para itajaienses trabalharem. Inglês, carpintaria, manutenção de barcos, trabalho com fibra, motor, manutenção de radar, equipamentos eletrônicos? Quão grandioso este paradigma estaria sendo quebrado com visitas dos participantes nas escolas públicas da cidade, as empresas patrocinadoras investindo em ações a longo prazo através de apoio de projetos locais, ou até mesmo com simples ações como conserto da iluminação dos Molhes que permanecem precárias?
Digo seria, pois o que vejo na imprensa nesta última semana são declarações de que a cidade vai preparar o terreno para receber a Vila, e aprofundar o calado em cinco metros. Além disso, um concurso que premiará três iniciativas que serão realizadas durante o evento. Só. Não há mais tempo para mais nada, Abril já está aí.
Acredito que o maior paradigma que devemos quebrar, é de quem administra a cidade.
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