segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ideologia ou pós-ideologia?
PT Itajaí17:07 0 comentários

No último sábado (22) tivemos mais um momento de confraternização, de recarregar as energias do grupo e/ou, até mesmo, de costurar novas conjecturas. Por mais que as diferenças internas batessem à porta a todo instante pela forma como imaginamos o futuro, o que implica nas estratégias que se adota, há sempre uma materialidade que nos une, definida pelo lugar que ocupamos – como diria o velho barbudo Marx – nas relações de produção. Partido dos Trabalhadores tem, tando no seu nome quanto nas condições históricas de sua criação, uma organização política a partir de uma posição de classe social, a dos trabalhadores. No entanto, a vida orgânica do nosso tempo se apresenta cada vez mais híbrida, a ponto de se desenhar (talvez nem para todos) como um monstro.

E não faltam formadores de opinião – em especial os que atuam na imprensa – que querem destruir o que temos de mais precioso, a crença de que é possível construir uma sociedade que não seja pautada na exploração do homem pelo homem (ou para evitar o tropeço na discussão de gênero: na exploração do ser humano pelo ser humano). O que querem os alinhados com o pensamento de direita ao reproduzirem chavões de que “não há mais ideologia”? Se não houver mais ideologia, estaremos então derrotados e não justificaria mais a existência do nosso partido.

Mas ao contrário, quanto mais a direito reproduz este chavão, o de que não há mais ideologia, mais acentuada é a nossa posição – a dos trabalhadores – nas relações de poder que são travadas diariamente. O PT incomoda. O Estado Nação está cada vez mais forte, muito diferente da ideologia de direito que defende o enfraquecimento do estado, como se o mercado se auto regulasse. É por isso que não é estranho que um operário ao chegar na presidência tenha construído mais universidades públicas do que o poliglota FHC. A coerência das ações está no posicionamento ideológico. Não é pela formação intelectual de um que o levaria a investir no ensino público, mas sim na identificação de classe social que levou Lula a governar, sobretudo, para sua classe (dentro do limite que cada governo tem nas relações de poder que se travam, seja com a oposições ou mesmo com a situação, que também é formada por interesses diferentes).

A questão que fica em aberto é como sobreviver nas alianças com a direita. A experiência em âmbito nacional tem sido bem-sucedida, mas também tem sido sempre no fio da navalha (mesmo assim sentimos na carne alguns cortes bem profundos). O debate ideológico precisa ser reforçado. Dele depende nossa própria existência enquanto partido da classe dos trabalhadores, caso contrário será apenas uma nomenclatura e daí sim não haverá mais ideologia. Acentuar o debate ideológico pode ser o melhor caminho para o movimento do partido no tabuleiro de xadrez da política.

J. Isaías Venera
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