Lula: um homem que inverteu a ordem do status quo PT Itajaí05:31 1 comentários

A Revista Cult, deste mês, ainda nas bancas, publicou um dossiê sobre Lula. Intelectuais brasileiros do pensamento de esquerda, como Vladimir Safatle, mostram os acertos de Lula em temas ainda não digeridos pela direita raivosa e pela mídia fascista, como à decisão de dar asilo na embaixada brasileira ao presidente hondurenho desposto, Manuel Zelaya, e, talvez o mais espinhoso, a negociação com Ahmadinejad, do Irã. Confira abaixo o editorial da Cult escrito pela diretora da revista, um elogio a um homem que inverteu a ordem do status quo.

"O legado de Lula

Péssimos profetas anunciavam um desastre nacional sem precedentes, quando tomou posse, em 1º de janeiro de 2003, o trigésimo quinto presidente do Brasil, um retirante nordestino que se comunicava com um pequeno vocabulário e tinha dificuldades com a conjugação dos verbos. “Como ele se atreve?” “Quem esse torneiro mecânico pensa que é?” “Agora, qualquer um pode ser presidente da República?” Cansei de ouvir restrições desse tipo da boca de muita gente boa. E elas, em geral, se faziam acompanhar de prognósticos terríveis. “que medo”, pontificavam.

De fato, seria muito mais compreensível que um homem poliglota e com diplomas ocupasse o maior cago político da nação. Era absurdamente pouco provável que um ex-sindicalista tivesse condições de exercer tanto poder. Mas o operário se saiu tão bem que, contrariando inclusive uma potente campanha de mídia, se reelegeu em 2006 e se tornou uma das figuras mais expressivas da história do país.


A trajetória de Luiz Inácio Lula da Silva é impar em comovente. No fim de seus dois mandatos, ele está entre as pessoas mais poderosas do mundo. Da mídia e da instituições nacionais e internacionais recebe seguidos reconhecimentos por sua habilidade política. O Instituto Datafolha, em pesquisa publicada em 2010, anunciou Lula como a personalidade mais confiável em uma lista de 27 nomes. O Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, concedeu-lhe a premiação de Estadista Global, por sua atuação e na erradicação da pobreza na redistribuição de renda.


A revista Times o elegeu um dos 25 líderes mais influentes do mundo. O barbudo que falava “menas” mostrou ao mundo que interesse genuíno em trabalhar por um país melhor, paixão e articulação são atributos que não se adquirem na escola, assim como carisma. E tudo isso ele esbanja.
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Daysi Bregantini

Editora e diretora responsável pela revista Cult